Nova Lei de zoneamento - Matéria publicada na Gazeta de Santo Amaro em 08/08/2015
Mitos sobre os Corredores (ZCORs) que não são mitos
Em recente matéria neste jornal, um grupo de associações manifestou-se sobre o que intitulou “Os mitos sobre os corredores comerciais/zonas corredores (ZCOR)”, referindo-se às novas zonas propostas pela Prefeitura do Município de São Paulo no Projeto de Lei (PL) nº272/2015, encaminhado para a Câmara Municipal de São Paulo em junho de 2015, para a revisão da lei de parcelamento e uso de solo.
No que se refere ao conteúdo do Projeto de Lei, podemos afirmar que ao contrário do que afirmam os autores da matéria:
Os corredores ZCOR-2 e ZCOR-3 permitirão o adensamento das áreas residenciais
Os corredores são uma invenção ideológica do governo municipal para acabar com as zonas residenciais
Os corredores permitirão comércio que não permitiam antes
A lista de usos é vasta, especialmente em ZCOR-3, onde serão permitidos todos os usos não residenciais nR1 e nR2. Só a lista de usos ocupa duas páginas e meia do PL 272/2015. E mais grave ainda: os parâmetros de incomodidade, como horário de funcionamento, número de vagas exigidas, espaço para carga e descarga, horários para carga e descarga serão definidos posteriormente, por decreto municipal. A Prefeitura propõe alguns esses corredores dentro de áreas estritamente residenciais onde não existiam antes.
Os corredores representam um risco ao meio ambiente
A preservação do meio ambiente envolve muito mais que a vegetação e sua localização, envolve também a permeabilidade do terreno, definida pelo quanto se permite construir em um local. O PL 272/2015 reduz pela metade a exigência de área permeável. Nos corredores, ao se permitir maior densidade, a área permeável será afetada. Adensar e liberar usos remove vegetação sim: até mesmo de calçadas para abrir acesso a vagas de estacionamento, indispensáveis para atividades comerciais e de serviço.
Onde está a maior parte das árvores na cidade de São Paulo? Desconhecemos que pesquisa teria concluído que não estão, em sua maioria, nos jardins das residências. Por outro lado, as áreas privadas de residências em bairros como Brooklin, Alto da Boa Vista, Jardim Petrópolis, Jardim dos Estados, Granja Julieta, Chácara Monte Alegre, Chácara Flora, Jardim Marajoara e outros bairros verdes, prestam serviços ambientais a toda a população: contribuem para melhorar a péssima qualidade do ar, o efeito das ilhas de calor e a precária permeabilidade da cidade de São Paulo. Negar essa evidência é não querer admitir a realidade. Não podemos acreditar que as associações que assinaram aquela matéria acreditem, de fato, que a cidade de São Paulo seria melhor sem as áreas exclusivamente residenciais.
Então, o que fazer?
Sugerimos enfaticamente que as pessoas entrem no site da Câmara Municipal ou no da Prefeitura do Município de São Paulo e leiam o Projeto de Lei 272/2015 com atenção e isenção de ânimos, tirando suas próprias conclusões.
SABABV – Associação dos Amigos do Bairro do Alto da Boa Vista
SAJAPE – Sociedade Amigos dos Jardins Petrópolis e dos Estados
CIRANDA: de mãos dadas por Santo Amaro
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