Carta de morador “Sabesp, não perturbe o meu sossego”.


Quem passa a pela Rua Graham Bell, visualiza as placas informando sobre a modernização da estação de tratamento, os investimentos que beiram os R$ 50 milhões na instalação do sistema de ultrafiltração por membranas.

Esqueceram-se de um detalhe, notado apenas pelos moradores dessa rua. O ruído constante gerado pelas máquinas integrantes do sistema de ultrafiltração.

Fato é que desde que foi colocado em funcionamento de final de Janeiro, nós, os moradores da Graham Bell entre a Ministro e a Zarzur, perdemos o sossego e a tranquilidade dentro de nossas próprias casas.

Nos foi imposto o convívio constante, 24 horas por dia 7 dias por semana com ruído proveniente de nosso vizinho.

Ainda em Fevereiro formalizamos uma queixa junto a ETA. A resposta foi rápida. Enviaram em minha casa no período noturno uma equipe de técnicos munidos com o decibelímetro. Foram realizadas medições em meu quintal e no interior de minha casa. Dias depois o resultado foi apresentado. Em resumo:

A Sabesp realizou uma medição na minha casa em 10/03/2015.

Resultados, segundo e-mail do  funcionário da SABESP, Sr. Aurildo Santos (PR da ETA):

"Quanto a aferição dos  ruídos -  Na residência do morador, nos pontos indicados pelo reclamante no horário em torno de 22h :
- Sala de estar (lado externo) na direção  do micro computador local de trabalho da esposa, valor verificado 45 db
- Sala de estar (lado interno) próximo ao micro computador local de trabalho da esposa, valor verificado 43 db
- Quintal localizado na parte de trás da casa. valor verificado 40db
- Calçada em frente a casa do reclamante, 48db”.

O Laudo seguiu a normatização de um zoneamento que não corresponde ao Alto da Boa Vista. Os ruídos máximos permitidos em ZER,  segundo  a norma: NBR10151 são de 50 db (diurno) e 45 db (noturno), abaixo do aferido pela própria SABESP.

Não só há um ruído constante como uma vibração capaz de deixar qualquer cidadão estressado.

Esse problema dos moradores com a SABESP não é novo. Há 2 anos atrás, varias reuniões entre SABESP e moradores aconteceram para minimizar um outro  ruido. Naquela época foram sugeridas placas no muro e fechamento acústico dos equipamentos ruidosos entre outras alternativas. A SABESP realizou após muitas conversas o isolamento acústico dos equipamentos e o problema foi resolvido.

Desta vez comprometeram-se a resolver o problema em 2 meses, prazo que já era descabido dado o incômodo provocado pela situação.  Fato é,  que o prazo de “até 2 meses” passou e o nível de ruído permanece inalterado.

A sensação é de grande frustração, some-se a isso o fato da dificuldade em se obter respostas aos e-mails enviados à SABESP.

Solicitamos uma medida de contorno, várias vezes, solicitando o desligamento dos equipamentos durante a noite e finais de semana. Resposta: nenhuma. . É injustificável a imposição de tamanho desconforto aos moradores sob alegação de que o barulho é causado por atividade “de utilidade pública”. Entendo que a Sabesp tem seus processos e procedimentos, mas particularmente no caso da ETA Alto da Boa Vista, esta está localizada dentro da cidade e dessa forma, os cuidados com esses equipamentos deveriam ser maior, diferenciado, planejado. Só por que do outro lado da rua moram recém nascidos, crianças, idosos com saúde debilitada e profissionais que em alguns casos trabalham em casa, agravando a situação dado que ficam expostos ao barulho permanentemente. Obviamente que gostaríamos de obter de volta nosso SOSSEGO por vias amigáveis, o que até o momento, não aconteceu. Como moramos num país onde o cidadão honesto, pagador de impostos e sem nenhum retorno precisa gritar e alto pra ser ouvido e levado a sério, começo a imaginar que estamos gritando no lugar errado.



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